UMA
PALAVRA…
Eu,
de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda
que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 2 Coríntios 12:15
Há
certas palavras que eu retiraria da linguagem dos cristãos do século XXI,
sucesso, êxito, multidões, prosperidade, riqueza e assim por diante, claro que
se são utilizadas dentro de um contexto correto de interpretação, fazem
sentido.
Porque
digo isto? Porque hoje existe uma busca da grandeza em relação ao ministério.
Um tempo atrás conversando com uma pastora, ela me queria encorajar a ser parte
de um movimento que enfatiza o crescimento e ela falava que se eu me envolvia,
minha visão se tornaria real e cresceria, meus sonhos seriam realizados, eu
somente ouvi.
Pensando
acerca dessa conversa e revisando a trajetória de minha vida, cheguei a
conclusão de que eu estou a viver a visão que Deus determinou para minha vida,
saí de Perú no ano 88 e até hoje estou a seguir a direção do Espírito Santo.
Todas
as últimas participações que assisti, onde se vem apresentado projetos para ser
implementados aqui em Portugal, todos vem com um currículo de sucesso, êxito no
país de origem, partindo da ideia de que se foi bom lá, aqui também.
Podemos
ficar com a ideia de que precisamos garantias para envolver-nos, como aquela
pastora me dizia, que para ter resultados teria que ser parte de seu grupo.
No
verso que comparti convosco, encontramos a Paulo decidido a fazer a obra de
Deus, o amem ou não amem. Estamos a falar da igreja de Corinto, que ele plantou
e acompanhou durante muito tempo, juntamente com Apolos, depois de sair dali,
entraram falsos obreiros que puseram a igreja contra Paulo, por isso a razão de
escrever-lhes, fora de uma serie de situações anómalas que estavam a suceder.
O
que me chama a atenção é a atitude de Paulo, amar, servir ainda que não fosse
retribuído com o mesmo carinho por parte dos Coríntios; não estava a procura de
garantias, de fórmulas que lhe assegurassem um retorno em fama, reconhecimento,
estadísticas ou coisas pelo estilo como no dia de hoje.
Os
Coríntios tinham posses, mas eram um povo que não abençoava financeiramente a
seu líder, as igrejas de Macedónia que eram mais pobres, eram mais liberais com
suas ofertas.
Paulo
inclusive disse estar disposto a gastar seu próprio dinheiro para a viagem,
fora de gastar-se ele mesmo a favor dos Coríntios.
Falar
de gastar-nos, dar nossa vida a favor da igreja, os necessitados, parece que
está fora de questão. A igreja de Cristo é manejada em muitos lugares como uma empresa,
onde se investe, mas estamos expectantes daquilo que vamos a lucrar.
Aquelas
palavras que mencionei ao princípio, estão a fazer dano, porque provocam motivações
erradas, conceitos bíblicos como a abnegação, dar, servir, consagrar, levar a
cruz e até inclusive morrer no campo no qual o Senhor te pôs, está fora de
moda.
Paulo
e sua geração eram obreiros dispostos a desprender-se, com tal de ver a Cristo
ser glorificado no meio do seu povo. O dinheiro, tempo e qualquer recurso que
Deus punha nas suas mãos era usado para o ministério. Não encontramos a Paulo
descrevendo o número de crentes que tinha a igreja de Filipos, Corinto, o as
igrejas de Galácia, quantas igreja abriu, nem quanto dinheiro entrava.
Se
estás a realizar o que Deus te encomendou, então, está bem, continua
dedicando-te com todo amor e entrega, que o Senhor não está interessado em
sucesso, êxito, números, fama. Só quer que o faças com coração puro e sincero,
humilde como o foi Jesus.