Moisés é o homem dos 40 anos.
Foi criado no seio dos egípcios como um deles (Atos 7:22) até aos 40 anos.
Foi levado ao deserto à casa daquele que viria a ser o seu sogro (Êxodo 2:21), onde esteve mais 40 anos.
Voltou ao Egipto de onde tirou e conduziu o seu povo, com grande manifestação de Poder e Glória por parte de Deus, conduzindo o povo hebreu pelo deserto durante 40 anos, e levando-o às portas da Terra Prometida.
Apesar de toda esta dedicação a Deus, da mansidão de Moisés (Números 12:3), e de todas as suas qualidades, ele não entrou na Terra Prometida porque também desobedeceu, muito embora tenha sido impulsionado pela rebelião e teimosia do seu povo, mas com isto, Deus nos mostra que isso não é atenuante, e que é um Deus Justo.
Sabemos no entanto que Moisés está no seio de Deus, pois em Lucas 9:32, na transfiguração de Jesus, os seus discípulos mais chegados viram a Moisés e Elias.
O Apóstolo Paulo alerta os Coríntios, usando esta peregrinação do povo Hebreu pelo deserto (1 Coríntios 10:1-12), sublinhando que tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso.
E para nós, o conselho é este: aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia.
A viagem do Egipto para a Terra Prometida poderia ter durado poucos dias, afinal não eram mais de 200 quilómetros, mas a rebeldia deste povo era de tal ordem, o qual ao fim de três dias já murmurava por falta de água (Êxodo 15:23), e também quando foram espiar a Terra Prometida, dez deles voltaram com um relatório desanimador, por isso moraram 40 anos no deserto.
Por várias vezes este povo quis voltar para trás, constituindo outros chefes que os conduzissem de volta à escravidão, por várias vezes contestaram a autoridade de Moisés, fizeram um bezerro de ouro enquanto Moisés recebia as tábuas do testemunho (Êxodo 32:7-28).
Enfastiaram-se do Maná, tiveram saudades dos peixes, alhos e pepinos que comeram no Egipto, pediram carne, pediram água, pediram a morte, mas apesar de todas as dificuldades de sobrevivência num deserto, não faltou que comer e que beber para este povo de cerca de 2 a 3 milhões de almas, sem contar com o seu gado, e até os seus sapatos e vestes não se romperam (Deuteronómio 29:5)
Muitas pragas foram enviadas sobre este povo de dura cerviz, como mesmo Deus o disse a Moisés em várias ocasiões, fazendo com que morressem no deserto; os que infamaram a terra - (Números 14:37), mais de 14.700 - (Números 16:49), 24.000 - (Números 25:9), muita gente - (Números 21:6).
O deserto é considerado por Ezequiel como lugar de julgamento (Ezequiel 20:36-37).
Neste deserto o pão celestial cai do céu como chuva; a água celestial não cai como chuva, mas emerge de uma rocha.
O deserto é um mundo onde o alimento comum não está disponível, mas onde o povo eleito de Deus é alimentado com pão Divino e com água Divina.
É um mundo em que os profetas escolhidos, Moisés e Josué, e em grau menor Aarão e Miriam, conversam diretamente com Deus.
No deserto o povo reclamou, insubordinou-se, quis eleger outros líderes que não os escolhidos por Deus.
Se estás no deserto não reclames; enfrenta a situação, faz por chegar à Terra Prometida, imita a decisão de Josué e Calebe.
Se não mudares de atitude, se não tiveres um novo nascimento, perecerás no deserto.
Ob. Fernando Pinho