UMA
PALAVRA…
Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Apocalipse 2:3
A
igreja de Éfeso retratada aqui era muita zelosa da doutrina de Deus e
enfrentava valentemente a todo aquilo que era falso e creio que é correto
fazer-lho, especialmente nos dias que vivemos hoje, onde prolifera tanta
falsificação das verdades espirituais.
Mas
para Deus que era o remetente da carta, havia algo que se tinha perdido no meio
de tanta azáfama doutrinal, o amor.
Deus
é amor e é claro que Ele quer que nós seus filhos vivam em amor de maneira
permanente. As vezes como cristãos que já andamos alguns anos no evangelho é
muito fácil tornarmos nossa vida mecanizada, em relação as coisas que qualquer
cristão conhece e faz.
Por
exemplo pode orar, ler a bíblia, ir a congregação, dar ofertas, cantar louvores
e ter seu coração insensível ao dor alheio, não sentir nada por aqueles que lhe
rodeiam.
Até
pode construir uma postura cristã que o satisfaz a si mesmo e todos aqueles que
não se assemelhem a ela serão postos de lado, pode criar uma perspetiva de ver
as coisas e qualquer outro angulo poderá considerar-lho errado e achar que
ditos irmãos estão totalmente errados.
Não
basta ter uma boa e saudável doutrina e prática cristã, o amor deve permear
todo o que somos e fazemos, que penso que foi o que aconteceu com a igreja de Éfeso.
A
maioria das mensagens que ouvimos acerca desta passagem nos fazem remontar aos
primeiros dias da nossa nova vida em Cristo, onde uma serie de sensações e
emoções enchiam o nosso ser, querendo que todos tivessem o Jesus que agora
vivia em nós.
Em
certa maneira é logico que na medida que vamos amadurecendo espiritualmente, as
emoções e impulsos começam a ser governados e dirigidos pelo Espírito Santo, tornando-nos
mas sóbrios, sem perder as características da nossa personalidade, pelo
contrário o nosso caracter vai se assemelhando mais a Cristo, falando dum
crescimento normal.
Já
pensaram, alguém com vinte anos de convertido, continuar todo impulsivo,
romântico, eufórico como nos primeiros dias. Normalmente muitos desses impulsos
eram boas intenções, mais infrutíferos e na medida que passa o tempo começamos
a aprender a depender mais do Espírito Santo.
Eu
não sou o Carlos de faz 33 anos e há muita coisa que já fiz com toda
sinceridade, mas que hoje não o faria; na vida cristã vamos aprendendo,
inclusive com os erros e vamos amadurecendo.
Noutro
dia ouvi um pregador dizer verdades duras e frontais e não questiono o que
disse, era verdade, mas o perigo de manter permanentemente mensagens desmascarando
os erros que a igreja atravessa e antepondo nosso zelo em tudo e mais alguma
coisa pode fechar nosso coração para a misericórdia e amor para com aqueles que
nos ouvem.
A
igreja de Éfeso dizia verdades e desmascarava todo o falso, mas não amava; devemos
ministrar a verdade não falsificada, mas acompanhada de misericórdia, compaixão
e oportunidade, porque para Deus aquilo que os efésios faziam não era
suficiente, era bom mas não era o melhor.
O
primeiro é o amor e todo o demais terá seu lugar e razão de ser.