E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus,
ame também seu irmão. 1 João 4:21
Já disse alguma vez e comentava isto o último
Domingo com umas irmãs pessoalmente, que aqui em Portugal não existe
perseguição religiosa, até pelo contrário temos uma lei da Liberdade Religiosa
que facilita muito o trabalho do Senhor.
Mas o desafio que temos é apreender a viver com
pessoas diferentes a nós, os nossos costumes, nossos hábitos, nossa origem
cultural, etc.
Deus estabeleceu um mandamento, uma ordem dirigida
especificamente a seu povo, não é algo se queremos ou se sentimos fazer-lho ou
não. É uma ordem imperativa, deve ser algo normal e corrente no dia-a-dia da nossa
caminhada cristã.
O argumento mais comum apresentado pela maioria dos
irmãos que não querem obedecer literalmente este mandamento é que a sua devoção
é total para com Deus, ao qual rendem toda adoração e amor, mas com determinadas
pessoas da igreja não falam, porque um dia fizeram-me isto ou aquilo ou
portaram-se de tal maneira com alguns irmãos, então ficam eliminados de toda
comunhão.
O outro dia esteve almoçando numa casa duma
famílias da igreja, no momento não reparei, mas três irmãos que frequentam
nossa comunidade não falavam com uma quarta pessoa que está começando a
congregar-se novamente por algumas divergências de ordem doméstico. Pergunto:
Que exemplo de cristianismo é esse? Por um tropeço a alguém que se está
aproximando ao Senhor?
O problema não é Deus, nem a igreja em geral, é a
falta de amor, misericórdia, perdão para com aqueles que nos ofendem
conscientemente ou inconscientemente.
Noutro dia numa conversa que teve para esclarecer
um mal-entendido, me disseram que eu havia ofendido por algumas coisas que
disse. Na minha consciência e Deus é testemunha, nunca disse nada com maldade
ou querendo ofender, mas para preservar a harmonia, pedi perdão.
Algo em que se gasta muito tempo e produz um
desgaste emocional, mental e espiritual e as vezes físico, porque a pessoa pode
terminar doente é acabar discutindo contigo mesmo que tu tens razão e que a
outra parte é a culpável e os outros atuam igual, ninguém quer ceder, o orgulho
toma conta da suas vidas, quebrando o vínculo de amor, mas o Domingo estão
cantando na mesma sala de reunião, aleluia.
Amar a Deus até pode ser fácil para este tipo de
pessoas, basta deixar-lho um pouco longe e quando oramos apresentamos nossos
argumentos ao nosso favor e oramos contra os outros e terminamos por achar que
Deus é a favor nosso.
Deus nunca vai apoiar divisão, separação, rutura
dentro de seu corpo, é como magoar algum membro de nosso próprio corpo, se vá
sentir uma dor geral e não vamos a ficar alheios.
Enquanto esteja a nosso alcance mantenhamos uma boa
relação com todos os irmãos. Repara, não estou a dizer que todos sejam teus
amigos mais íntimos, mais próximos, porque na prática isso é impossível.
Se vamos o Domingo ou qualquer dia a adorar a Deus
ou a participar de alguma reunião, seja qual for o carácter da mesma e há
irmãos é para mutua edificação. Não posso entrar dentro dum ambiente cristão e
dizer que amo a Deus, mas a determinadas pessoas da igreja não, algo está
errado.
Se amanhã vás a reunião e sabes que tens algo
contra alguém, vai e acerta contas, não quer dizer que serão grandes amigos,
pode ser que si, mas pelo menos não haverá esse mal-estar interior de rejeição,
mágoa, porque o amor cobriu multidão de ofensas.
Ame-mos a Deus, mas também ame-mos aos nossos
irmãos, porque está é a vontade de Deus para sua igreja.