Êxodo 32
Há uma palavra que pode descrever o espírito do
povo israelita que guiava Moisés, obstinação, que significa teimosia, resistência.
As vezes é mais fácil expulsar um demónio ou espírito maligno, que um espírito
obstinado, porque este, tem a ver com a pessoa em si.
Aqueles que nos dedicamos a pregar e ensinar a
Palavra de Deus, quantas vezes ficamos com a ideia de que o povo captou, percebeu,
entendeu a mensagem que transmitimos, como aconteceu com Moisés no capitulo 20
do livro de Êxodo, sobre a consideração de não fazer deuses, nem imagens, nem
inclinar-se a elas, qualquer um, com dois dedos de frente, acharia que está
claro, mas na verdade, não é bem assim, especialmente com o povo de Deus, onde,
permitindo a obstinação, se comete uma serie de desobediências em relação a Lei
do Senhor.
Talvez a linguagem comum a todos nós, a palavra
teimosia seja a mais utilizada. Penso que existem dois aspetos nessa palavra, um
positivo e outro negativo. Positivo, quando ela se relaciona a alvos ou metas
que colocamos nas nossas vidas, e, onde as pessoas que nos rodeiam ou as circunstâncias,
não são tão favoráveis, mas há algo dentro de nós, que nos impulsiona a
continuar, e, podemos ser chamados de teimosos, obstinados, obcecados, etc.,
mas, devido a essa teimosia persistente, projetos são realizados e depois, os
nossos opositores, batem palmas pelo nosso feito.
Deus coloca um querer, como o fazer, segundo a Sua
vontade (Filipenses 2:13), agora, se temos a certeza daquilo que Deus quer,
temos que lutar teimosamente até consegui-lo, não importando aquilo que os
outros pensem ou nos chamem.
A passagem de referência fala na teimosia no
sentido negativo, chamando-a de obstinação. Moisés teve de lidar diversas vezes
com isto, até contendeu com Deus para apazigua-lo, e evitar a destruição do
povo, mas, não conseguiu evitar o juízo sobre os teimosos e obstinados.
Dentro de nós temos dois espíritos, um, o Espírito
Santo, que foi enviado para guiar-nos a toda a verdade (João 16:13), à luz da
Palavra de Deus, e o outro, é nosso espírito, o qual deve alinhar com o
Espírito Santo, que trabalha juntamente com a nossa consciência. O problema num
carácter descontrolado é quando permitimos que a obstinação tome conta do rumo
da nossa vida.
Lembro-me de uma vez, aconselhando um jovem que se
lamentava, porque a sua vida espiritual tinha declinado, já não era tão ativo
como antes, a oração, a leitura da Palavra, o afastamento do grupo de jovens da
igreja, enfim, um desanimo terrível por aquilo que vivia, depois de meia hora,
dando voltas, comecei a sentir-me frustrado, porque não encontrávamos a razão,
fiz uma oração em silêncio ao Espírito Santo, dois segundos, pedindo ajuda, e
surgiu uma pergunta espontânea: Tens namorada? À qual ele respondeu que sim.
Perguntei-lhe então, se ela era crente, ao que me respondeu que não.
Conclusão, o rapaz andava a fazer tudo e mais
alguma coisa, quebrando mandamentos do Senhor, mas o mais terrível de todo, é
que ele estava obstinado com ela, e de maneira nenhuma ia romper o
relacionamento com ela, assim, estivesse mal espiritualmente.
Podemos conhecer a Bíblia, e mesmo assim, ter um
espírito obstinado, que nos desviará da Lei do Senhor.
O juízo que caiu sobre o povo de Israel, foi uma
consequência lógica, todo o que o homem semear, isso vai colher (Gálatas 6:8).
Os líderes podem orar por nós, às vezes na misericórdia de Deus alguns serão
poupados de consequências terríveis, outros, pagarão caro sua teimosia e
obstinação.
Que possamos ser cristãos com um espírito dócil,
que a Lei de Deus seja o nosso norte, não nossos caprichos, desejos egoístas ou
qualquer outro sentimento, ou pensamento, que se levante como uma fortaleza,
que nos torne obstinados, e, como resultado final, terminemos afastados da
presença do Senhor e de Seus propósitos.