Lucas 7.11-17
Há dez relatos de ressurreições na Bíblia: O filho da viúva de Sarepta (1Reis 17.17-24), O filho da mulher Sunamita (2Reis 4.32-37), O homem que foi encostado nos ossos de Eliseu (2Reis 13.20-21), O filho duma viúva de Naim (Lucas 7.11-15), A filha de Jairo (Lucas 8.41-42; 49-55), Lázaro (João 11.1-44), Muitos santos que haviam morrido, depois da morte de Jesus (Mateus 27.52), Jesus (Mateus 28.1-8), Tabita (Atos 9.36-43) e Êutico, o jovem que dormiu e morreu durante o sermão de Paulo (Atos (20.9-10).
Neste caso do filho da viúva de Naim vemos, de uma forma rápida, uma multidão com Jesus e alguns dos seus discípulos de um lado, em contraponto com uma multidão da cidade de Naim acompanhando na sua dor uma mulher viúva que vai sepultar o seu filho.
Somos impelidos a supor que a alegria, a paz e a felicidade estão do lado do primeiro grupo, e a tristeza, a dor e a infelicidade estão no segundo grupo da multidão e da viúva de Naim, o que não está errado, mas há outros sentimentos a analisar dos dois lados; do lado de Jesus vemos que uma grande multidão o seguia desde que Ele partiu de Cafarnaum, a 50 km de distância e, com certeza o grupo foi engrossando durante a viagem, na esperança de uma cura, um milagre, um sinal divino, no fundo o grupo de alguém que esperaria receber algo e com certeza alguns estariam a reboque e alegres nesta espectativa, mesmo podendo não conhecer a Deus, como também vemos hoje grupos que se deslocam a eventos esperando ver grandes pregadores, oradores, mas acabando por não preencher o seu vazio pois depositam a sua esperança em homens de Deus e não no Deus que fez os homens; do outro lado o grupo que acompanhava, solidário na dor para com esta mulher que, pela 2.ª vez sentia este sentimento de perda, e não esqueçamos que neste tempo não havia segurança social, seguros de vida, reformas ou outros benefícios que fazem parte do nosso quotidiano, que pudessem amparar o futuro desta mulher, um grupo que estava ali a prestar um serviço nobre (Romanos 12:15) e com certeza também estariam disponíveis a ajudar económica e espiritualmente esta viúva durante a sua vida.
Mas Jesus, movido de um sentimento de íntima compaixão, pediu àquela mulher para não chorar e tocou a urna transportada por homens que, parando ao toque de Jesus, presenciaram o maior milagre das suas vidas, ao ponto de toda a multidão da cidade de Naim, adorar e glorificar a Deus por esta manifestação do poder divino de Jesus.
Concluindo, Jesus operou sem que alguém se prostrasse e clamasse por um milagre, pois Ele é Soberano, e nem todas as multidões que estão do lado de Jesus poderão estar em espírito e em verdade (João 4:23) e por outro lado, nem todas as multidões que estão sofrendo com aqueles que sofrem estarão errados e descrentes, pois diz a Palavra que “Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo”.
Sejamos nós também ativos, cooperantes e gratos, para que o Amor de Jesus seja conhecido “…por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha.”
A Cruz vazia, o túmulo vazio, mas cheios de Cristo.
Fernando Pinho