Já vos
aconteceu chegarem ao final de um dia e verificarem que não fizeram nem metade
do que tinham planeado?
Levantar
para trabalhar, levar os filhos à escola, almoçar, reunião de trabalho, buscar
os filhos à escola, levá-los ao desporto, fazer compras, buscá-los no desporto
e levá-los à música, fazer o jantar, arrumar a casa, buscar os filhos na
música, resolver a multa de mau estacionamento, jantando, pô-los fazendo TPC,
arrumando a casa, planeando o trabalho do dia seguinte, rezingando com o filho
que reclama de falta de tempo consigo, etc., são muitos serviços!
Pois, não
foi o tempo que demoraram em cada serviço que fez o atraso ou a falta de
resolução, mas com certeza a prioridade que deram a cada um.
Por isso,
Salomão na sua sabedoria nos diz em Eclesiastes 3:1 “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo
para todo o propósito debaixo do céu.”
Então só
temos que atribuir as prioridades corretas a cada atividade, a cada serviço, e executar
os mais importantes.
Lucas, capítulo
10 e versos 38 a 42,
fala-nos de uma mulher de Betânia chamada Marta, a qual hospedou Jesus e seus
discípulos numa das suas muitas viagens. Esta tinha uma irmã chamada Maria, a
qual se colocou de imediato aos pés de Jesus ouvindo maravilhada a sua palavra,
enquanto Marta, a hospitaleira, se afadigava com os serviços necessários a
satisfazer a comitiva que tinha aceitado receber em sua casa, e se irritava e
murmurava simultaneamente pelo fato de o estar fazendo sozinha, enquanto Maria
estava “apenas” ouvindo Jesus.
Marta, para além de hospitaleira também
era decidida e resoluta, e não teve dúvidas em chamar a atenção de Jesus para o
fato de estar a trabalhar sozinha enquanto sua irmã apenas estava interessada
em estar aos seus pés e ainda, para cúmulo, disse a Jesus para a repreender e
ordenar-lhe que a ajudasse!
Ora o comportamento de Marta, a qual não
vamos condenar, pois independentemente de tudo, Jesus amava a Marta, a Maria e
a seu irmão Lázaro (João 11:5),
é muitas vezes o nosso comportamento, afadigamo-nos com muitos serviços, nunca
dizemos não, e depois aborrecemo-nos, fazemo-nos de vítima e murmuramos
daqueles que souberam ter um comportamento sábio perante as prioridades, como
foi o caso de Maria, pois escolheu a melhor parte (Lucas 10:42)
Depois ainda achamos que Jesus não está
a olhar pelos nossos “interesses” e tendemos a criticar e a orientar a sua
conduta!
Jesus era de fato uma visita muito
importante, o tempo que iria ali ficar seria curto, e Marta estava mais
preocupada em oferecer os seus serviços que em estar com Jesus como o fez sua
irmã Maria.
Marta tinha o comportamento típico de um
religioso, que pensa que por muitas obras chega ao Céu;
Marta estava misturando o prioritário com o
secundário;
Marta estava perdendo tempo com coisas de pouca importância;
Marta não compreendia que Cristo veio para servir e
não para ser servido;
Marta não percebia que Jesus tinha mais interesse na
sua pessoa do que no seu serviço.
Maria não precisava ser repreendida, mas sim elogiada,
pois havia feito a melhor escolha.
Marta procurou agradar ao Senhor por meio dos seus
próprios esforços. Maria ofereceu-Lhe o melhor que tinha, a sua atenção.
O amor de Marta pelo Senhor revelava-se em serviço.
Ela era uma mulher que agia rapidamente. Maria era pelo contrário, introvertida
e calma por natureza. Das três vezes que o seu nome é citado na Bíblia,
encontramo-la aos pés de Jesus. E Jesus amava tanto uma como a outra!
Ajudar os outros não substitui o tempo que devemos
passar com Jesus, alimentando-nos da Sua Palavra.
Faz tu também a boa escolha.
Fernando Pinho