Quando lemos a história de Isaque, há um verso que descreve que ele amava mais a Esaú porque era caçador e Rebeca, sua mulher amava mais a Jacó e este era mais simples, ocupava-se mais nas coisas domésticas. Jacó apreendeu a cozinhar com sua mãe, e um dia quando Esaú voltava da caça, encontrou com um guisado preparado recentemente e apeteceu-lhe comê-lo. Jacó aproveitou a oportunidade para dizer-lhe que compartia esse guisado, se Esaú lhe passava sua primogenitura, o qual aceitou, porque a fome era grande e não lhe interessou, não pensou, naquilo que estava a fazer.
Um dia, a mãe Rebeca ouviu ao seu marido pedir a Esaú que caça-se um animal e lhe prepara-se um guisado para comer e Esaú prontificou-se para fazê-lo e depois seria abençoado pelo pai, antes que morre-se. Rebeca instruiu a seu filho Jacó de como podia enganar a seu pai e obter a bênção em vez de Esaú e assim o fez.
Isaque estava cego e não reconheceu a seu filho Jacó, que estava disfarçado e abençoou depois de acabada a ceia que lhe havia preparado. Quando Esaú voltou da caça e haver preparado o guisado para o pai, descobriu que o irmão o havia aldrabado e havia sido abençoado em vez dele. Ficou aborrecido e jurou matar a seu irmão e Jacó instruído pela mãe teve que fugir para salvar sua vida.
Isaque tinha seu favorito e Rebeca também tinha seu favorito, e se bem certo a Bíblia não dá muitos detalhes, aqueles que estão escritos são suficientes para entender que havia uma rivalidade entre ambos e não eram muito próximos. Esaú é o típico filho que não valoriza o que tem e parte do princípio que porque é o primogênito é um fato adquirido, mas na hora da verdade, trocou sua primogenitura por um prato de guisado. Jacó não sendo o primogênito, lutou por adquirir a bênção do pai, muito importante naquela cultura oriental e não lhe importou mentir ao próprio pai com tal de adquirir-lha a tudo custo.
Jacó conseguiu a bênção, mas custou-lhe o exilio. Esaú perdeu a bênção e isso tornou um homem amargo e violento. Nenhuns dos dois irmãos eram melhor um do outro. Cada um cometeu atitudes incorretas, cada um deles foi criado por um pai e uma mãe que tinham suas preferências, Isaque preferiu a Esaú e Rebeca preferiu Jacó.
Quando existe favoritismo, sempre haverá rivalidades, interesses egoístas, ambição pelo poder e tantas outras coisas, até desejar a morte do próprio irmão.
Como pais, no caso de ter vários filhos, deve-se procurar um ponto de equilíbrio, se bem certo cada pai ou mãe pode ter uma maior afinidade com algum dos seus descendentes, isso em si não é mau, o problema está quando se quer impor sua preferência em detrimento dos outros, isso provocará dor e divisão no seio da família, como aconteceu na família de Isaque.
A Bíblia disse que Deus amou mais a Jacó que a Esaú, não diz que aprovou sua conduta aldrabona, senão pela sua busca da bênção, de querer o favor do pai, apesar de não ser o primogénito. Deus não se agradou de Esaú, porque desprezou voluntariamente sua primogenitura e amou mais o pecado e a desobediência.
Devemos procurar a bênção de Deus com todas nossas forças, mas não é necessário fazer trafulhices ou tomar atalhos para obter-lha, sejamos corretos e sinceros na nossa busca de Deus e da sua aprovação.
pr. Carlos Arellano