O
livro de Ester descreve graficamente as lutas vitoriosas dos judeus
dispersos durante a época do monarca persa Assuero, contra as
iniquas conspirações dum certo Primeiro-ministro chamado Hamã.
Apesar
que nunca menciona-se neste livro o nome de Deus, sua mão
manifesta-se continuamente em todos os detalhes circunstanciais do
relato. Ester, pela sua formosura é eleita reina em lugar de Vasti;
Mardoqueu, em virtude da sua capacidade, substitui a Hamã no cargo
de Primeiro-ministro.
Todas
as personagens, desde o monarca até o escravo obsequioso,
desempenham um papel no momento oportuno. Hamã é a encarnação do
mal; Mardoqueu, a essência da bondade; Assuero, inflexível, tem
também rasgos vigorosos. Ester, prima de Mardoqueu e sob tutela
deste, converte-se na heroína da história a raiz da sua boa vontade
de arriscar sua vida e sua posição, a solicitude de Mardoqueu, em
bem do seu próprio povo em época de profunda necessidade.
A
paternidade literária deste livro tem-se sido atribuída a várias
personagens: Esdras, Joachim, Mardoqueu.
A
maioria pensa que foi Mardoqueu e não há nenhum mal em pensar
nisso, por ser uma personagem ressaltante neste livro e que
acompanhou passo a passo o desenrolar da história narrada nele.
A
diferença com os romances e ficção é que o livro de Ester está
profundamente saturado de história e documentado com datas
específicas.
O
livro de Ester é marcante para quem aproxima-se dele com um espírito
aberto, aceitando-o como revelação de Deus juntamente com os outros
livros das Bíblia.
Particularmente
toca-me esta história, já teve oportunidade de pregar, ensinar e
escrever acerca dela e sempre foi muita enriquecedora.
Ester
e Mardoqueu são exemplos de como Deus pode usar a quem quiser para
que seus propósitos se cumpram. Todos fazemos parte dum plano maior
e quando realizamos a nossa parte na época que nos toca viver,
então, a nossa contribuição ficará na história. Deus usou da
beleza de Ester, mas como mulher espiritual e sensível, não só
descansou na sua beleza exterior, senão, que acrescentou graça e
sabedoria, que a fizeram ainda mais formosa ante os olhos de Deus e
dos homens.
Mardoqueu,
um funcionário do reino, que soube ser justo, integro e correto no
papel que lhe correspondeu e que apesar dos ataques que recebeu por
parte de Hamã, nunca perdeu sua compostura e enfrentou a oposição
com valentia, precisamos de cristãos desse tipo nos dias de hoje.
Qualquer
um de nós pode em qualquer momento passar a ribalta preparada por
Deus para poder ser instrumento para a salvação de muitos e para
que o Nome de Deus seja exaltado em todo lugar e em todo tempo.
pr. Carlos Arellano