Lemos em Eclesiastes 3:1-8 que existe tempo para tudo, tempo para todo o propósito, aliás, tempo para tudo, conforme o versículo 1 sintetiza.
O tempo é algo contra o qual lutamos, é algo que nos pressiona. Usamos mesmo bastante o termo “lutando contra o tempo”. E achamos que tudo o que fazemos está no tempo certo. Já o que os outros fazem está, regra geral, fora de tempo. Expressões como “só agora”, “viestes tarde”, “demoraste muito” ou ainda, “Já vais? Ainda é cedo”, “não vai dar tempo” ou “já não dá”, “já passou o tempo”, mas o tempo de Deus é perfeito.
O tempo de Deus é certo, é correto, não se adianta nem se atrasa.
Vejamos como o homem interpreta o tempo, face ao tempo de Deus, estudando o capítulo 11 do Evangelho de João, a partir do versículo 1.
Esta passagem, até ao versículo 45, mostra-nos as várias fases da ressurreição de Lázaro, alguém que, em conjunto com suas irmãs Maria e Marta, compunham uma família da qual Jesus era muito Amigo.
Lendo esta passagem vemos que, perante a doença de Lázaro, suas irmãs recorreram à presença sobrenatural do Mestre e Amigo, e mandaram chamar Jesus, mas o Mesmo, aparentemente, desvalorizou o pedido, dizendo que esta enfermidade não era para morte mas para a Glória de Deus, declaração proferida perante os seus discípulos, os quais também sabiam do grau de amizade do seu Guia com a família de Lázaro.
Quando Jesus enfim, decidiu partir em auxílio do seu amigo Lázaro, ao fim de 2 dias e não sem contestação dos seus discípulos, os quais anteriormente se tinham admirado da, aparente pouca solicitude de Jesus, ao fim de pouco tempo de distância, cerca de 3 km, Marta, sabedora da aproximação de Jesus, foi ter com Ele e questionou-o sobre a Sua demora, com estas palavras: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”.
Momentos depois foi a vez de sua irmã Maria ir ter com Jesus, a qual pronunciou as mesmas palavras, exceto a fé que sua irmã Marta tinha demonstrado ao crer na ressurreição dos mortos, mas não sabendo que Jesus tinha vindo para dar vida terrena ao seu defunto irmão, sepultado já à quatro dias!
Aliás, retenhamos as palavras de Jesus a Marta: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?”
Mas a presença de Maria, a juntar à de Marta, foi muito forte para Jesus, simultaneamente Deus e Homem.
Jesus não se conteve e chorou!
Mas alguns judeus presentes nos consolo a estas duas irmãs questionaram se Jesus, Poderoso para dar vista aos cegos, não poderia ter antes impedido Lázaro de morrer.
Mas este é o sentimento daqueles que não querem ir á cova como foi Daniel ou à fornalha como foram Sadraque, Mesaque e Abednego.
Este é o sentimento de quem não quer passar pela prova, de quem acha que pode entrar no Paraíso sem esforço, de quem acha que pode chegar à presença de Deus sem ter carregado uma Cruz!
Jesus ordenou que tirassem a pedra. E esta é a nossa missão, tirar a pedra, a missão de Jesus é chamar Lázaro com grande voz e trazê-lo à vida, Ele veio para dar vida e Vida com abundância, os papéis não podem ser trocados!
Mas mesmo Ele só operou depois de olhar para o Alto, para o Pai e clamar-lhe.
O facto de mesmo Marta ter duvidado da ressurreição iminente de seu irmão, e ter levantado uma barreira do tipo de: “Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”, fez vacilar o Homem/Deus.
Jesus operou e opera sempre, no seu tempo!
Concluímos que, contrariamente às declarações de Marta, Maria e dos judeus que as vieram consolar, Jesus não se atrasou, veio na hora certa, veio para a Honra e Glória de Deus, não do homem.
Temos de saber esperar o momento certo, e o momento certo é o momento de Deus, o Salmo 27, versículo 14 nos manda esperar: “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor”
Deus vos Abençoe Grandemente e nos Fortaleça, para que a Nossa Fé aumente.
Fernando Pinho
