Amós inicia sua profecia com uma grande proclamação e isso fixa o tom da mensagem. A voz de Deus, como a de um leão rugiente, será ouvida desde Sião no juízo.
Debaixo do respeitável manto da prosperidade material, Amós põe a descoberto a massa putrefata do formalismo religioso e a corrupção espiritual. Assinala a total indiferença para com os direitos humanos e a personalidade e o deterioro da moralidade e a justiça social.
O profeta tinha um remédio para o mal que afetava a vida da nação. O homem devia buscar a Deus, devia arrepender-se e afirmar a justiça a fim de poder viver. Acerca da atitude daqueles responsáveis pelo mal que azotava a terra, mostrando uma indiferença para com o castigo que se avizinhava, faz-lhes uma advertência.
Em consequência desta atitude, não lhe espera outra coisa a Israel, a destruição. O dia do Senhor não será uma reivindicação de Israel, como creiam algumas pessoas da época, senão mas bem, uma confirmação das demandas do carácter moral de Deus contra aqueles que o repudiaram. Só se houvesse um arrependimento desta realidade em relação a Pessoa de Deus, então, seria restabelecido o esplendor do reino davídico.
A mensagem de Amós na sua maior parte é um clamor de justiça.
Amós era um pastor e recolector de figos silvestres. Enquanto cuidava seu gado, recebeu o chamado de Deus para exercer o ministério profético.
Não há muita diferença entre o período que Amós enfrentou com aquele que a igreja de Cristo enfrenta nos dias de hoje. Em todas as áreas da vida estamos a assistir a injustiças por causa do aumento da maldade. O abuso de poder, o maltrato, a exploração do ser humano contra seu próximo, cada vez assistimos a uma grande parte da população do mundo a carecer das necessidades básicas de subsistência, guerras, terrorismos e uma gravíssima decadência moral, que inclusive já entro pelas portas da igreja.
É certo que Deus não nos chamou a corrigir os problemas sociais que afetam a sociedade. Fomos chamados a anunciar a mensagem do evangelho e na medida que avançamos com esse objetivo deparamo-nos com situações injustas. É justamente naquela posição em que o Senhor nos posiciona para que a mensagem do evangelho seja acompanhada com intervenções o mais justas possível para aliviar a quem está a sofre-lhas.
Começa por cada cristão que cooperando com Deus para deixar-se ser transformado primeiramente, para que sua vida seja digna daquilo que proclama e possa ser uma testemunha interventiva no meio dum mundo injusto.
Se os injustos não se arrependem, pagarão caro eternamente pelas suas ações.
pr. Carlos Arellano