Noutro dia escrevi sobre os filhos naturais, nesta segunda parte quero referir-me aos filhos espirituais. Um dia ouvi um pregador que tem várias igrejas locais associadas ao seu ministério referir-se a cada crente que frequenta as ditas congregações como seus filhos espirituais, então ele afirmava que tinha 500 filhos espirituais.
Quando o apóstolo Paulo conheceu Timóteo um jovem que tinha sido salvo e ensinado nas Sagradas Escrituras, o tomou e cuidou dele para ajudá-lo no seu crescimento espiritual e posterior chamado ao ministério tornando-se um cooperador no labor apostólico.
Há quem pense que um pai espiritual é aquele que ganha uma pessoa para Cristo e ajuda-o nos seus primeiros passos até que ele ou ela esteja preparado para ajudar outros. Esta é uma forma, às vezes há crentes que não ganham a pessoa para Cristo, mas na sua caminhada encontram novos crentes que não têm ninguém que cuide deles e os ajude no seu crescimento, frequentam a Casa de Deus mas não têm um mentor, um tutor, um pai ou mãe espiritual.
Pai não é aquele que gera, senão aquele que cria, educa, provê, protege, etc. Quando se assume esse papel, então pode chamar-se a dita pessoa de pai. No mundo natural muitos geram filhos mas depois desligam-se da responsabilidade e muitos filhos acabam abandonados e sozinhos.
A Bíblia mostra como Jesus deu a ordem aos seus discípulos de ir pelo mundo pregando o evangelho e fazer de cada novo crente um discípulo. Para que isto aconteça, praticamente é necessário tomar conta de alguém e caminhar junto dele ou dela. Não há melhor escola que o exemplo, porque aulas doutrinais qualquer um pode assistir e só receber informação bíblica, mas nunca se compara ao cuidado pessoal que um pai ou mãe espiritual pode dar.
As pessoas que Deus nos encarrega para que cuidemos delas como filhos ou filhas espirituais, não são nossas, da nossa propriedade, são do Senhor. O que o Senhor faz é confiá-las ao nosso cuidado, porque à semelhança dos filhos naturais, um dia crescem e podem seguir dentro dos caminhos de Deus um propósito diferente ao nosso e então devemos deixá-los ir. Não somos donos da vida de ninguém!
Pode acontecer que surjam filhos espirituais ingratos e devemos estar preparados para isso, acontece no mundo natural e também no mundo espiritual, ajuda-los em tudo e mais alguma coisa e quando já estão grandes já não precisam do teu cuidado e pode surgir o desprezo e a desconsideração; o que devemos fazer é não deixar que o nosso coração se amargue pela atitude deles, continua a amar e a desejar o melhor.
Um pai ou uma mãe espiritual tomará seriamente e cuidadosamente o filho ou filhos espirituais para ajudá-los no seu crescimento espiritual até que se tornem úteis para cuidar de outros como eles foram criados, discipulados e ajudados.