O livro de Números narra os censos que se fizeram a Israel, por isso chamasse-lhe assim. Também neste livro narra-se as vicissitudes e vitórias do povo de Israel desde o dia que partiu da zona do monte de Sinai até as fronteiras da Terra Prometida.
O livro de Números é uma coleção, não muito estruturada de informações, relatos e rituais e leis civis. Todas estas informações são pertinentes porque ajudam na elaboração da história do povo de Deus.
O livro de Números abarca um período de 40 anos durante a marcha do povo de Israel no deserto. Durante este tempo o Tabernáculo foi o ponto central da vida do povo, tanto na vida civil, como a religiosa, porque era ali onde Moisés levava a cabo suas funções administrativas. Parte-se do princípio que o povo seguia os costumes dos povos nómades, vivendo em tendas, apascentando o gado nas estepes semiáridas. O povo precisava de intervenção divina para ser-lhe provido o alimento a e água.
No livro de Números, Deus é apresentado como um Deus Soberano, que demanda absoluta obediência a sua santa vontade, mas sempre misericordioso para com o penitente e crente. Assim como um pai educa e castiga a seus filhos, Deus dirige a Israel, seu amado povo. Determina entender-se com o povo através de mediadores. Dentre todos, Moisés é único, mas, também houve outros.
No Novo Testamento encontram-se diversas referências do livro de Números onde a libertação do povo de Israel do jugo egípcio é considerada como modelo terreno da redenção eterna. Afirma-se deste livro que as experiências no deserto são registadas para nossa amoestação. Nosso Senhor Jesus Cristo fez menção ao incidente da serpente de bronze como ilustração da forma como Ele mesmo seria levantado para que aqueles que cressem Nele não perecerão mas terão a vida eterna.
Tanto judeus como cristãos, tradicionalmente hão considerado a Moisés como autor do livro de Números.
Nossa vida como cristãos nascidos de novo começa o dia que reconhecemos o senhorio de Cristo. A partir desse momento começa um peregrinar por esta vida, de maneira diferente como tinha sido até aquele momento. Agora, andamos com Deus e Ele anda connosco. Nesse peregrinar por esta vida, atravessaremos vários desertos espirituais e naturais, onde nossa fé será provada. O Tabernáculo já não é uma tenda ou um prédio chamado de templo ou igreja. Nós, somos o tabernáculo de Deus na Terra, nossa vida, onde Ele mora e quer administrar sabiamente a cada um; nossa parte será cooperar com Ele.
Deus usará vidas que nos ministraram a nós mesmos, como nós também ministraremos a outros, afim que a edificação seja mutua, porém o crescimento só o pode fazer o Senhor. Nossa vida não deve ser um mau exemplo para os outros, pelo contrário devemos zelar para que ela seja um bom testemunho para aqueles que observam nosso peregrinar.
Assim como o livro de Números acaba na fronteira da Terra Prometida, assim nossa vida acabará quando cheguemos a nossa pátria celestial, lá nos céus juntamente com nosso Deus, em vivo e em direto.
pr. Carlos Arellano
