A apresentação claramente visível do livro, prologo, discurso e epilogo, juntamente com os ciclos dentro dos discursos, demonstra-nos que trata-se duma interpretação teológica de certos acontecimentos da vida dum homem, chamado Job. Desde o começo até ao fim o autor procura com diligência responder a uma pergunta básica: Qual é o significado da fé?
Um chefe tribal de extraordinária piedade e integridade, Job é abençoado por Deus com uma prosperidade terrena que o converte no varão mas grande que todos os orientais. De repente, Job sofre vários revesses de fortuna. É vítima duma série de grandes calamidades, fica privado primeiro dos seus bens e de seus filhos. Seu corpo cobre-se duma enfermidade repulsiva. Três amigos que se presentam com a intenção aparente de consolar a Job, insistem que seu sofrimento é um castigo pelo pecado, e que por tanto, seu único recurso é o arrependimento.
Porém, Job rejeita veementemente esta solução, afirmando sua integridade, e admitindo ao mesmo tempo sua incapacidade de entender sua própria condição. Outro amigo, Eliú, sugere que Job está passando por um período de disciplina de amor ordenada por Deus, para impedir-lhe que siga pecando. Esta interpretação também é rejeitada por Job.
Finalmente, Deus responde as contínuas petições de Job, duma explicação direta dos seus sofrimentos. Deus contesta-lhe, não mediante uma justificação da sua conduta, nem mediante uma solução imediata, senão em virtude de sua presentação de si mesmo com sabedoria e poder. Esta presentação é suficiente para Job; observa que, por ser Deus quem és, deve haver uma solução e nela apoia sua fé.
Ainda que o tema do sofrimento e suas causas é predominante neste livro, o autor quer demonstrar que a certeza da fé não depende das circunstâncias externas, nem de explicações conjeiturais, senão do encontro da fé com um Deus Onipotente e Omnisciente.
O livro não nos proporciona indicações certas do autor nem do tempo em que foi escrito. Apesar que muitos na atualidade afirmam que foi escrito no exílio ou pós-exílio, a tradição fixa a data na época dos patriarcas ou nos dias de Salomão.
Possivelmente conhece a história de Job, e já ficou assustado com um pensamento como este: E, se me acontece-se a mim? É um pensamento que o rejeitamos imediatamente, porque ninguém em seu são juízo desejaria passar por isso.
Na verdade, todos os seres humanos passam por sofrimentos, uns mais graves que outros. Como cristãos nascidos de novo, nossa perspetiva em relação ao sofrimento deve ser diferente daqueles que não conhecem ao Criador. Não pretendo dar respostas ao porque estás passando por aquilo nesta fase da tua vida que provoca sofrimento em ti ou nos teus, não existe uma reposta fácil, já de por si a situação é difícil e precisaremos de fé e paciência em doses elevadas.
A Bíblia disse que todas as coisas que nos acontecem durante nosso peregrinar como filhos e filhas de Deus dentro de seus propósitos, coopera para bem, inclusive os sofrimentos. Esta ideia, para muitos é uma ideia maluca, inclusive para cristãos, porque partem do princípio de que Deus é bom e Ele nunca permitiria tamanho sofrimento, mas o livro de Job mostra-nos que na Soberania de Deus tudo pode acontecer, se assim fosse seu plano e propósito connosco.
O cristão é chamado a viver pela fé e confiando em Deus e apesar que nalguns momentos não entenderemos a razão do porque que passamos determinado sofrimento, devemos manter-nos firmes postos nossos olhos e coração em nosso Deus, porque Ele está no controlo, e ainda que parece que tudo se afunda, Ele sabe como nos fortalecer e animar no meio do sofrimento.
pr. Carlos Arellano