Os Salmos, a metade dos quais são atribuídos a David, o doce cantor
de Israel, pelo geral procedem da idade de ouro de Israel, arredor do
ano 1000 AC. Sem dúvida, alguns foram escritos mais tarde, inclusive na
época da catividade.
Os Salmos expressam profundas verdades em
seu estilo poético, com a intenção de penetrar nas profundezas do
coração. Ensina-nos que o conhecimento intelectual não é suficiente; o
coração deve ser alcançado pela graça redentora de Deus.
A poesia
hebreia não consiste em ritmo, senão principalmente na repetição de
pensamentos presentados em cláusulas paralelas, como no caso de Salmos
103:10. Se prestamos atenção a este paralelismo, poderemos às vezes
interpretar palavras escuras mediante o paralelo mais claro.
David
não escreveu para se mesmo. Escreve para outros. O salmista escreve
para todos nós e podemos apropriar-nos das suas orações e louvores.
Quando interpretamos os Salmos Messiânicos, devemos lembrar que aqui
também David escreve às vezes em primeira pessoa, não obstante o qual
nos proporciona detalhes vividos das experiências do Messias.
Arredor
da metade dos Salmos pode ser classificado como orações de fé em épocas
de angústia. Salmos tão preciosos como o 23, 91, 121 e muitos outros,
nos sustém em épocas de necessidades mais urgentes. Faríamos bem em
apreender de memória e lembrar estes Salmos com frequência, a fim de
fortalecer-nos com a Palavra quando venha sobre nós a hora da prova.
Arredores
de 40 Salmos estão dedicados ao tema do louvor. O louvor a Deus deve
constituir-se numa parte importante da vida do crente. Uma classificação
detalhada dos Salmos é difícil, posto que são obras profundamente
poéticas e um Salmo pode tratar distintos temas.
Segundo os
títulos, David foi o autor de 73 Salmos; Asafe, 12; os filhos de Coré,
11; Salomão, 2; Moisés e Etham, um cada. Na versão dos setenta
acrescenta a Ageu e Zacarias como autores de 5 Salmos.
O
importante para nós como filhos e filhas de Deus é que podemos encontrar
consolo e inspiração quando lemos os Salmos, especialmente quando
atravessamos momentos menos bons nas nossas vidas.
Porém, não
devemos aproximar-nos deles como uma espécie de amuletos da boa sorte ou
de proteção especial como alguns fazem, como por exemplo o Salmo 91,
muitas vezes lido como se fosse um escudo protetor contra os assédios do
inimigo.
A Bíblia é um livro de revelação e como tal deve
ter-se uma atitude correta quando nos aproximamos dela, procurando ouvir
a voz de Deus, aquela palavra específica que ministrará a nossa
necessidade e não como formulas magicas que espantaram o mal e nos
livraram de toda praga. Isso é mas bem, a atitude do religioso e o
supersticioso, que infelizmente, até no seio da igreja cristã
encontra-se.
Leia os Salmos!
pr. Carlos Arellano