O livro de Lamentações contém um tema central: Os sofrimentos que assolaram a Jerusalém, quando o rei Nabucodonosor capturou a cidade. Numa série de elegias o autor expressa sua dor inconsolável pela agonia e angústia da cidade.
O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém em linhas gerais. O segundo descreve o desastre com maiores detalhes. Destaca que a destruição da cidade é um juízo divino sobre o pecado. Alguns fatores fundamentais deste juízo são esclarecidos no terceiro lamento.
O quarto sublinha algumas lições que Jerusalém aprendeu pelo juízo. O quinto lamento e último (que é mais uma oração) descreve de que maneira Jerusalém, por causa dos seus sofrimentos, procurou a misericórdia divina, esperando que novamente Deus fosse misericordioso para com Israel, purificado agora, no crisol da aflição.
Posto que as lamentações de Jeremias ocupam-se do sofrimento como castigo sobre o pecado, o crente afligido, tem encontrado uma identificação com as palavras deste livro.
Praticamente o livro das Lamentações converte-se num suplemento do livro de Jeremias, que com tanta frequência profetizou uma catástrofe como a que descreve o livro de Lamentações.
Jeremias não adota uma postura de reproche em seu lamento, senão que somente se duele das aflições de Jerusalém e roga a Deus para que não a rejeite para sempre.
Nenhum pastor ou líder espiritual alegra-se com os sofrimentos causado por um crente ou congregação por causa da sua teimosia e desobediência, como foi o caso da nação de Judá e o sofrimento particular que os habitantes de Jerusalém passaram.
Não somente a pessoa que colhe as consequências da sua desobediência sofre, senão também aqueles que lhe rodeiam, sejam familiares, amigos e irmãos na fé. Não é o desejo de Deus executar disciplina na vida dos seus filhos, nem vê-los sofrer, pelo contrário, deseja que cada um dos seus filhos e filhas vivam a vida de liberdade que nos concedeu em Cristo Jesus, não para fazer o que queiramos, a nossa maneira ou permitindo pecados na nossa vida, senão que vivamos a vida que agrada a Deus.
E se Deus vê-se na situação de enviar um juízo, a fim que a disciplina nos corrija, seja bem-vinda, porque ela, havendo um entendimento do que fizemos e um genuíno arrependimento serviram para uma restauração total e completa.
Não abusemos da misericórdia de Deus como o fizeram os habitantes de Judá, ignorando os avisos de Deus por meio do seu profeta Jeremias. Hoje, também há profetas!
pr. Carlos Arellano