Filipe, o Apóstolo, foi um dos primeiros discípulos de Jesus. Filipe era de Betsaida, a mesma cidade de André e Pedro.
Podemos verificar no capítulo 1 e versículos 35 a 44 do evangelho de João o episódio deste chamado.
Sabemos então que Filipe acompanhou Jesus durante todo o seu ministério de cerca de três anos e meio, durante o qual com certeza viu e ouviu maravilhas operadas pelo Mestre, assim como ouviu muitas instruções, conselhos e ensinamentos.
Já perto do final do ministério de Jesus, durante a última ceia, e quando Jesus dava as suas últimas instruções, descritas no capítulo 14 e versículos 1 a 17 do mesmo evangelho de João, Filipe pede a Jesus que lhe mostrasse o Pai, o que lhe bastaria. Filipe sentia estar próxima a partida de Jesus e isso o angustiava.
Isto motivou uma reprimenda de Jesus, pois a este pedido de Filipe, Jesus lhe disse: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
Jesus continuou dizendo, no versos 10 a 12: Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
Filipe foi achado em falta, pois o tempo que já tinha passado com o Mestre era mais que suficiente para saber isto: quem via a Jesus via o Pai pois o Pai estava em Jesus e Jesus estava no Pai. E as obras que Jesus fazia, e as palavras que dizia, era o Pai que n´Ele operava, segundo o verso 10.
Jesus afirma mesmo que todo aquele que n´Ele crê, farás as mesmas obras que Ele e até as fará maiores, não no sentido de coisas mais grandiosas ou espetaculares, para glória do homem, mas durante mais tempo, pois Jesus iria ausentar-se em breve, e alguém teria que continuar a fazer as obras, ou seja, nós temos de continuar a fazer a obra de Jesus, conforme verso 12.
Filipe, apesar desta falta de conhecimento, foi um valoroso discípulo e um exemplo para nós, não deve ser criticável este comportamento, pois mesmo nós hoje, temos também falta de conhecimento de Deus.
Mas quem é o Pai? Nos seguintes textos aprendemos que:
-O Pai está nos céus, Marcos 16:19, Mateus 5.16, 48, 12:50 e Hebreus 8:1
-O Pai "faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos" e é perfeito Mateus 5.44-48. Façamos isto se quisermos ser chamados de seus filhos.
-Devemos orar ao Pai e Ele também recompensará aqueles que fazem o bem e em segredo, Lucas 11:2, Mateus 6.6.
Aqui devemos saber o que pedir, conforme diz Tiago 4:1-4, “Pedis e não recebeis, porque pedis mal,…”
-O Pai sabe do que precisamos antes de lhe pedirmos Mateus 6.8.
-Do Pai "é o Reino, o poder e a glória para sempre" Mateus 6.9.
-O Pai perdoa as nossas ofensas e espera que façamos o mesmo com os nossos devedores Mateus 6.15.
Não sendo nós como aquele servo que tendo-lhe sido perdoada a sua enorme dívida, não procedeu de igual forma para com o seu conservo, Mateus 18:23-35.
-O Pai que alimenta as aves do céu é o mesmo que alimenta os seres humanos que n´Ele confiam, Mateus 6.26. Não sejamos ansiosos.
Filipe amava a Deus mas conhecia pouco de Deus. Nós também podemos amar a Jesus e conhecer pouco de Jesus.
Também podemos ser cristãos sem ser submissos a Cristo. Podemos crer em Deus sem ser teocêntricos.
Podemos crer no Espírito Santo sem deixar que Ele nos conduza.
Podemos estar na igreja, sem ser da igreja, cujo cabeça é Jesus Cristo, conforme Efésios 5.23.
Olhemos para esta passagem e sigamo-la, na Segunda Epístola aos Coríntios 4:18 “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.”
Bênçãos de Deus
Fernando Pinho