O ministério de Jeremias durou mais de quarenta anos, estendeu-se desde o ano 625 AC até o ano 586 AC, quando Judá deixou de ser um estado.
Passaram-se mais de 50 anos de apostasia religiosa sob o domínio de Manasses, depois foi seguido de uma reforma religiosa sob o governo de Josias. Jeremias apoiou a reforma com entusiasmo até que reparou que nem isso mudava o coração do povo. Dois anos depois da morte de Josias, a batalha de Carquemis, consolidou o domínio babilónico sobre a Ásia Ocidental.
Desde essa época, Jeremias apelou ao submetimento a Babilonia, porém sem êxito. A raiz da administração dos quatro últimos monarcas de Judá, dos 21 anos de apostasia religiosa e a debilidade politica, foi inevitável a queda de Jerusalém e como consequência o exilio.
A penosa circunstância sob a qual trabalhava Jeremias e o extraordinário auge da idolatria havia substituído a verdadeira adoração ao Deus vivo. A se mesmo, a angustia espiritual de Jeremias era provocada pela apostasia que atravessavam. Sem embargo, não era um homem pessimista. Era mas bem um guerreiro de Deus que exercia as funções de atalaia e testemunha.
O capítulo 1 descreve o chamado de Jeremias ao ministério profético. Os capítulos 2 ao 13 revelam-nos as condições nas quais profetizava, enquanto os capítulos 14 ao 33 revelam sua consciência de Deus e sua comunhão com Ele. Isto leva-o a emergir como atalaia e testemunha de Deus.
Nos oráculos de Jeremias, Deus, o Governante moral do mundo, é o Deus dos pactos de Israel. Mediante Israel, procurou cumprir seus fins morais. Em realidade, o adultério, por assim dizer, do reino setentrional com os baales, obrigou a Deus a dar carta de divórcio, é dizer, envia-los ao exilio, Judá, o reino meridional, não apreendeu nada com a lição de Israel. Pior ainda, superou a Israel por meio de práticas de impureza sexual, rejeitando as acusações de infidelidade religiosa. Por tanto, Deus teve que castigar-lha.
O arrependimento poderia ter postergado os trâmites de divórcio (exilio) apesar de seus adultérios, já que a graça de Deus estava a seu alcance. Porem, a imoralidade estava tão arraigada em Judá, que não corrigiram-se. Gradualmente desapareceram as virtudes sociais. Nem os sacrifícios, rituais, puderam substituir o arrependimento e a justiça. A espantosa pecaminosidade de Judá mostrava que o pecado devia se congénito, por conseguinte, inábeis moralmente. Esse pecado nascia duma natureza pecaminosa. O juízo e o exilio eram inevitáveis. Porém o exilio não era a palavra final.
Um remanescente retornaria para viver sob a administração messiânica, num ambiente de segurança religiosa e social. O justo governo do Messias, sobre um povo reto, contribui para explicar a doutrina do novo pacto de Jeremias. A gente seria justa porque seu coração seria renovado: obedeceriam as leis de Deus de todo coração, espontaneamente. O novo pacto, assegurando o perdão e uma dinâmica moral interior, transcenderia o legalismo do antigo pacto. Finalmente, mediante o sacrifício e morte de Cristo e a manifestação regeneradora do Espírito Santo, o novo pacto converteu-se em realidade.
Maranata! Vem, Senhor!
pr. Carlos Arellano