Durante um tempo, especialmente os primeiros anos de ministério associava a unção na hora de ministrar, que o culto tinha que ser poderoso, que as pessoas tinham que sentir algo e tinham que sair da reunião impressionadas com o poder que se manifestou, seja uma pregação muito emotiva ou uma oração poderosa pelas pessoas e se caiam ao chão, então o Espírito Santo estava presente.
Pode ser que tenha sido a influência dos tele evangelistas e dos mestres do movimento carismático que ensinavam acerca de como deveria se mover e manifestar o Espírito Santo, que a maioria dos jovens da minha geração adotava como sinonimo de unção.
Hoje em dia muitos continuam a acreditar nisso, e às vezes acabam por serem impostas uma série de supostas manifestações do “Espírito” que não passam de puras manipulações sensoriais.
Falemos biblicamente, a unção segundo o apóstolo João inspirado pelo Espírito de Deus, ela está em todo o crente e ela permanece nele ou nela. Na verdade não precisamos pedir unção, senão que precisamos deixar fluir aquilo que já está dentro de nós. Já orei por dupla unção à semelhança de Eliseu, mas já entendi que foi a experiência dele, não a minha.
Já assisti a cultos ao vivo e pela televisão onde o pastor no seu desespero de manifestar a unção, usa-se da música e técnicas para tentar produzir algo sobrenatural na reunião, às vezes curas que nem são comprovadas, só se vive o momento emocional, pessoas convidadas a receber o Espírito Santo sem explicar-lhes que são pecadores e que precisam de arrepender-se da sua condição. Pessoas convidadas a receber o batismo do Espírito Santo e querer que falem línguas estranhas a como de lugar, obrigando-as a repetir frases ou palavras ininteligíveis e quando acaba o culto o pregador declara que houve uma unção muito forte e todo o povo que está a sair dum êxtase emocional concordam sem entender o que aconteceu, porque não há ensino bíblico.
A unção não deve ser algo manipulado, porque Deus a cada um de nós tem posto uma medida de fé, tem-nos capacitado com dons, para que debaixo da orientação do Espírito Santo operemos como Ele quer e deseja.
Não somos nós que controlamos o Espírito Santo ou a unção que está em nós. É o Espírito Santo que usa pessoas simples que aprenderam a depender Dele e fluem livremente e espontaneamente segundo a sua direção.
Irmãos e irmãs, não precisamos fabricar unção porque se és nascido de novo ela está em ti e permanece em ti. Não precisamos fabricar ou manipular as emoções das pessoas que estão connosco no culto público ou pessoalmente.
Na verdade não precisamos fazer nada, deixemos o Espírito Santo fazer a obra em nós e através de nós.
