Precisamos
primeiro enquadrarmo-nos na época:
-Igreja recém-batizada
com o Espírito Santo (Atos 2:4)
-A cada dia
a igreja crescia (“…e naquele dia
agregaram-se quase três mil almas,”- Atos 2:41 e “…e
chegou o número desses homens a quase cinco mil.” Atos 4:4).
-Vivia a
Igreja de Jesus o seu período de maior pureza, e Pedro era nitidamente o seu
líder.
-Vemos em
Atos 4:32-37 que os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus (ver-33) e que não havia, pois, entre eles necessitado algum;
porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do
que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos, e repartia-se a cada
um, segundo a necessidade que cada um tinha.
-De igual
forma, José, um levita natural de Chipre e mais conhecido como Barnabé, vendeu
uma herdade e trouxe o valor integral da venda aos apóstolos.
Ananias e
Safira, membros desta comunidade de cristãos, quiseram imitar este gesto mas
com sentimento diferente, e também venderam uma propriedade, e retiveram de
comum acordo, parte do valor apurado com a venda e veio Ananias o marido,
trazer a parte restante aos Apóstolos (Atos 5:1-2).
Continuando a
ler vemos que Pedro, sim o mesmo Pedro que negou três vezes a Jesus, mas agora
um Pedro espiritualmente diferente, cheio do Espírito Santo, porque ao Espírito
Santo ninguém engana, questionar o ato de Ananias (ver-3 e 4).
O que aconteceu
de seguida foi terrível, Ananias caiu morto e foi de seguida levado para fora e
sepultado.
Este sinal de
Deus provocou temor em todos quantos ouviram, e não estamos a falar de uma cura,
libertação ou de um sinal semelhante, mas de uma morte súbita.
Também Safira
voltou passadas quase três horas, pensando porventura receber uma ovação pelo
que consideravam ser um sinal de contribuição para a obra, mas, sem o saber, o
seu marido já estava morto e sepultado pelo ato que tinham praticado.
Safira
confirmou a Pedro a mentira que tinha arquitetado com o seu marido e também
sucumbiu.
Ananias e
Safira pensavam que podiam fazer parte da comunidade dos primeiros cristãos e
simultaneamente usufruir de bens materiais, enganando e trapaceando.
Ananias e
Safira não tinham a mínima comunhão com Deus e tinham-se deixado corromper por
Satanás.
É que não há meio-termo,
ou se está com Deus ou se está com o príncipe deste mundo, aquele que veio para
matar, roubar e destruir (João 10:10).
Esta dupla
morte veio provocar um temor sem igual em todos os que ouviram.
E não era para
menos, pois este acontecimento era digno de se enquadrar no Antigo Testamento,
recordemos a sedição de Coré, Datã, Abirão e Om contra Aarão e Moisés, cuja
praga os matou com suas famílias e mais cerca de 14.000 hebreus, ou ainda o
anátema de Acã, que cobiçou uma capa babilónica junto com uma cunha de ouro e
200 siclos de prata, ou ainda as serpentes ardentes que picaram e levaram à
morte muito povo de Deus, por rebeldia.
Um
acontecimento desta natureza marcou o início da igreja, e Deus estava avisando
que não tolerava a corrupção.
Gostamos nós da
corrupção que nos aflige? Políticos, religiosos, bancários, funcionários
públicos, polícia, todos se corrompem, mas Deus quer uma Igreja Santa,
irrepreensível, não isenta de pecadores, reconheçamos, pois todos pecamos
(Romanos 3:23), mas temos um novo coração, e um só Deus, o qual enviou o seu
único Filho para nos resgatar, e o qual é também nosso advogado e único
intercessor entre os homens e Deus.
As mortes de
Ananias e Safira nos mostram que se nos arrependermos, temos perdão, caso
contrário estaremos condenados.
Deus
é Amor, mas é justiça também. Concluamos com esta passagem em Provérbios
28:13 “O que encobre as suas transgressões nunca
prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.”
Deus vos Abençoe
Fernando Pinho