É
possível operar um dom e Deus não estar presente? Sim. Vou
explicar, quando Jesus surgiu publicamente, o primeiro que fez foi ir
ao encontro de João Batista e passar pelas águas do batismo, para
que se cumprisse toda a lei, conforme disse o próprio Jesus. Quando
saia das águas, o Espírito Santo em forma de pomba desceu sobre Ele
e ouviu-se uma voz dos céus que dizia: “Este é meu filho amado em
que minha alma se agrada”. Era uma voz que expressava aprovação.
Não
basta fazer coisas para Deus, como operar dons diversos, senão o que
importa é a sua aprovação. Para Deus o mais importante é a
motivação do nosso coração que estar fazendo coisas para Ele.
Deus dá-nos o privilégio de servir-lho e fazer coisas para o
engrandecimento da Sua Obra, é uma honra e como tal devemos agir de
acordo a ela, com dignidade e não de qualquer maneira.
O
problema nalguns casos é que existem crentes que querem operar os
dons concedidos pelo Espírito sem importar-lhes se sua vida é digna
diante de Deus e descansam pensando que como o dom está ativo, tudo
está bem, mas isso é um engano.
Deus
não precisa de nós, mas lhe agradou usar-nos como seus instrumentos
para proclamar a este mundo sua salvação, seu evangelho e isso deve
ser feito corretamente. Os dons devem ser exercidos acompanhados duma
vida santa, uma vida que agrada a Deus. A própria Bíblia disse que
profetizar ou fazer milagres, sem amor, não vale nada diante de
Deus.
Os
dons são presentes de Deus e são irrevogáveis, eles funcionarão
enquanto vivamos nesta terra, mas não significa que terão a
aprovação de Deus se sua utilização é feita vivendo de qualquer
maneira, seja pecando ou vivendo uma vida dupla.
Para
ilustrar melhor, posso mencionar a Sansão, Juiz de Israel, que foi
apartado por Deus para ser um nazáreo e ser um líder para o povo.
Durante um tempo funcionou bem, mas, depois Sansão começou a
confiar em se mesmo e a cometer uma série de fornicações e a
querer brincar com Deus, como se fosse um jogo. Saiu-lhe caro, porque
ficou cego, encarcerado e humilhado. No último momento,
arrependeu-se da sua insensatez, mas pagou com a própria vida.
Deus
deu-lhe uma capacidade sobrenatural, um dom especial para cuidar e
proteger ao povo de Deus dos seus inimigos. Sansão pensou que não
importava como vivesse, que sua vida promiscua não afetava sua força
sobrenatural, não deu importância a aprovação por parte de Deus e
quando pensou que seria liberto mais uma vez, o Espírito de Deus já
não estava ali.
Acontece
com muitos cristãos no dia de hoje, pensam que como o dom funciona,
não é importante a qualidade da vida espiritual e o pecado torna-se
real e diário.
Usemos
os dons concedidos pelo Espírito a cada um de nós, mas sustentemos
esses dons vivendo uma vida cristã piedosa que agrade a Deus.
pr. Carlos Arellano