A Bíblia ensina que na medida das nossas possibilidades devemos estar em paz com nossos semelhantes. Infelizmente, às vezes é impossível porque uma das partes não cede e mantém a rutura relacional.
Jacó e Esaú separaram-se por causa da aldrabice de Jacó, quem ficou com a primogenitura e recebeu a bênção do seu pai, Isaque. Esaú ficou airado e prometeu matá-lo, assim que Jacó viu-se na necessidade de fugir para salvar sua alma.
Agora Jacó não era mais o mesmo, agora era Israel, seu nome havia sido mudado, mas também seu carácter e queria acertar seu passado, mas tinha receio. Esses receios todos os têm quando lidamos com a possibilidade de reencontrar-nos com gente com a qual discutimos, brigamos e até nos separamos, porque já não dava para conviver juntos. Ruturas existem, mas a pior de todas é quando fica um espírito de vingança e de rancor que acompanha por muito tempo e não está disposto a perdoar. Existem pessoas que por causa duma rutura ou ofensa juraram que nunca perdoariam a pessoa que lhe fez mal, permitindo que o veneno do odio, amargura e outros sentimentos contaminem seu espírito, alma e corpo.
Perdoar traz saúde!
Enquanto Deus tratava com o carácter de Jacó, Deus também estava tratando com o carácter de Esaú. Apesar que Esaú não deixou um testemunho claro sobre sua fé no Deus dos seus pais, pelo contrário os desobedeceu abertamente, não foi impossível para Deus tocar no seu coração e abri-lo para uma reconciliação com seu irmão Jacó.
Jacó estava receoso em relação a atitude do seu irmão Esaú e tomou algumas precauções para salvaguardar a vida da sua numerosa família e bens e a sua própria. Ele não sabia que Deus já tinha trabalhado no coração de Esaú.
O encontro de ambos irmãos foi caloroso e amigável e assim o mantiveram até o fim dos seus dias, ainda que não viviam no mesmo lugar. Para Deus o mais importante é a atitude do coração.
Todos ofendemos, todos somos ofendidos! É um problema que está presente no ser humano, por causa do pecado, muitas vezes causado sem querer, basta uma palavra, um gesto, uma atitude e nosso próximo pode ficar ofendido e quem o fez não reparar que ofendeu a seu próximo, ele continua normal e o outro fica ressentido e ofendido.
Independentemente da gravidade da ofensa, Deus deseja que façamos o que esteja ao nosso alcance para pacificar, Às vezes não será tão bem sucedido como o foi o caso de Jacó e Esaú, mas deve-se intentar. O importante é que haja um desejo de sarar a relação ou relações, pedir perdão, ainda que a tua mente diga que não fizeste nada mau. O fato de ver e saber que teu próximo está realmente ofendido por algo que passou, deve levar-te a procurar a paz na medida das tuas possibilidades.
Também existem aqueles que se ofendem por tudo e por nada e até inventam ofensas. A esses, deixa que Deus trate com eles.
pr. Carlos Arellano