Hollywood no sentido literal é a indústria de filmes e séries produzidos para entreter todo tipo de pessoas, já que produzem filmes para todos géneros. Sua razão de existir é puramente comercial, por isso a contratação de atores e atrizes famosos para interpretar os papéis e nos últimos tempos com o desenvolvimento da tecnologia fazem-se coisas incríveis e espetaculares.
Aqueles filmes e interpretações que sobressaem são premiados e aplaudidos por muita gente. O assunto aqui não é criticar a realização de filmes ou séries e aqueles que participam neles, porque cada pessoa é livre para decidir se quer assistir ou não, é um assunto de índole pessoal.
Quando Jesus comissionou a seus discípulos para ir a evangelizar, disse-lhes para que dessem de graça o que de graça tinham recebido e que não levassem dinheiro nem roupa a mais e que confiassem em Deus, que Ele providenciaria todo o necessário para sua missão. Mais tarde, o apóstolo Paulo ensinou, concordando com Jesus que o obreiro é digno do seu salário, mas não deveria usar o evangelho como uma fonte de ganho, que não procurasse um lucro, com algo que havia recebido de graça.
A salvação é de graça e é para compartir-lha gratuitamente. Quando Jesus disse que o obreiro é digno do seu trabalho, estava a delegar a comunidade dos santos a responsabilidade de apoiar ao obreiro ou obreiros que vivem exclusivamente da obra de Deus, para que possam ter o necessário para viver dignamente.
Fiz alusão a Hollywood, porque muitos obreiros que tiveram um início muito humilde e que foram capacitados com dons e talentos, tanto na ministração da Palavra ou no canto, hoje tornaram-se vedetas no meio do círculo evangélico. Toda sua vida gira em torno a sua agenda cheia de eventos para realizar, só que, a semelhança das vedetas de Hollywood, tem agentes e cobram cachê para realizar ou participar em ditos eventos, chamados de conferências, congressos ou concertos. Os crentes para ouvi-los tem que pagar uma entrada para poder participar. Quem defende esta ideia disse que é para cobrir os custos da realização do evento, mas na verdade o intuito real é lucrar, tanto quem é convidado como quem o organiza, é puro negócio. Através dos anos criou-se uma indústria hollywoodense no meio evangélico.
Para ouvir um pregador ou ouvir um cantante ou grupo musical evangélico há que pagar. Confesso que já apoiei e participei no passado de alguns eventos pagos, mas um dia entendi, que cobrar por pregar ou cantar está mal, como está mal pagar para ouvir. Acabamos sustentando uma indústria que usa o nome de Deus para lucrar.
Que Hollywood o faça, é com eles, são do mundo, mas que os cristãos o façam é desobedecer clara e abertamente o mandamento do Senhor: “Dá de graça o que de graça recebeste”.
Cobrar um cachê e pregar ou cantar sobre graça é pura hipocrisia!
pr. Carlos Arellano