31/01/2018

A FAMÍLIA DE RUTE


Rute foi uma mulher moabita, a qual Deus fez ingressar na linhagem de Jesus.

O princípio da sua admissão na família judaica começa com a partida de Elimeleque, sua mulher Noemi e seus dois filhos, Malom e Quiliom, para Moabe, fugindo à fome em Belém, tendo ironicamente Belém o significado de Casa de Pão.

Antes de mais convém saber que Canaã, a Terra Prometida, já tinha passado por muitas situações de fome, Abraão e seu filho Isaque, em alturas diferentes, foram para o Egipto fugindo à fome, mas Deus tinha dito ao seu povo, através de Moisés, em Deuteronómio 11:10-17 que a Terra da Promessa era uma terra de montes e vales, e a mesma teria de depender das chuvas que o Senhor daria no tempo certo, havendo apenas uma condição, a fidelidade do seu povo a Deus.

Algum tempo depois de terem entrado em Moabe, Elimeleque morreu e os seus dois filhos casaram com mulheres moabitas, uma chamada Orfa e outra chamada Rute. Ficaram ali quase 10 anos e morreram também Malom e Quiliom, ficando assim Noemi desamparada e sem sustento.

Nem todos emigraram como fez Noemi e a sua família e muito menos casaram seus filhos com mulheres estrangeiras. Duas situações em que esta família falhou; emigrar para Moabe, inimigo do povo israelita, e casar os seus filhos com mulheres estrangeiras, algo que estava vedado pela lei mosaica.

Depois destes tristes acontecimentos, voltar a Canaã foi a opção, pois Noemi ouviu que a fome já tinha desaparecido da sua terra. 

O regresso foi precedido de uma despedida de suas noras, para que ficassem em Moabe, mas apenas Orfa ficou, enquanto Rute apegou-se de uma forma tal a sua sogra, e disse-lhe isto: o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; e voltaram as duas para Belém. 

Enquanto Noemi se lamentava da sua tragédia, Rute pôs-se ao trabalho e foi rebuscar espigas, pois estava-se na colheita das cevadas. E aconteceu que foi justamente colher no campo de Boaz, um parente próximo de Noemi.

Noemi arquitetou um plano, para que Boaz fosse o remidor de Rute, segundo a lei do Levirato (Deuteronómio 25:5-6) 

Esse plano foi cumprido integralmente por Rute, e Boaz mostrou admiração por ela, por não ter Rute ido atrás de rapazes mais jovens, mas sim, ter-se achegado a Boaz e dito que ele era o remidor. Boaz ficou encantado pela atitude de Rute e prometeu-lhe agir rapidamente, pois iria falar com alguém que era o remidor mais próximo.

O encontro de Boaz com o remidor foi no dia seguinte. Após apresentar as condições, em que o remidor teria de adquirir um terreno que Noemi venderia por não ter mais recursos, para que o terreno continuasse na família, e também redimir a Rute para suscitar descendência a Malom, o remidor não aceitou por esta última condição.

Assim, Boaz ficou livre para ser o remidor de Noemi e Rute.

Rute sempre mostrou ser mulher virtuosa, humilde e reta. Do seu convívio com Noemi e a sua família terá recebido princípios cristãos. Rute tinha o fruto do Espírito de que fala o apóstolo Paulo em Gálatas 5:22.

Sendo Rute e Noemi duas viúvas, não deixam de ser uma verdadeira família. Já as famílias que o mundo quer fazer prevalecer, dois homens ou duas mulheres, cuidando de filhos quer de um quer de outro ou ainda adotados, não são de aceitar.

O remidor Boaz tomou Rute como noiva gentia e enriqueceu-a financeiramente; 

Cristo também tomou uma noiva gentia (a Igreja), a qual enriquece espiritualmente.

Algumas ações de Boaz podem ser comparadas às de Cristo.

Rute e Boaz vão mais além do que uma bela história de Amor; representam uma história de Providência, de Graça e de Vida Eterna. Antecipam também a remissão operada por Jesus Cristo em nós.

Obreiro Fernando Pinho


03/01/2018

A HUMILDADE


A humildade é uma virtude, uma qualidade que valoriza e dignifica aquele que a possui.

Encontrar alguém humilde nos dias de hoje não é fácil, tendo em conta os padrões do mundo, mas quando se encontra, valoriza-se, aprecia-se, e estranha-se até.

Nos tempos de Jesus também havia pessoas humildes e outras que nem tanto. 

Analisemos a atitude de um leproso, descrita em Marcos 1:40-42 “E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.
E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo.
E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.”

Nos pormenores descritos no Evangelho de Marcos, ressaltam dois, relativos ao leproso, primeiro pôs-se de joelhos e segundo, concedeu ao Mestre a decisão de o curar, não tendo ele, pela leitura, quaisquer dúvidas quanto ao poder de Jesus.

Este homem tinha lepra, a doença mais temida, impura e mortífera da época, a qual fazia a carne apodrecer através de chagas horríveis e purulentas.

Este homem sofria dores terríveis e a cada dia via a morte mais perto, para além da exclusão social que esta doença causava, mas mesmo assim, não exigiu cura, apenas reconheceu em Jesus, Aquele que o podia libertar.

E Jesus o libertou, com estas simples palavras: “Quero, sê limpo.”

E com estas palavras maravilhosas, de misericórdia, de compaixão, Jesus mostrou a diferença de quem não é deste mundo.

São vários os relatos de homens leprosos na bíblia, incluindo também uma mulher, Miriã, e tiveram cura aqueles que se aproximaram de Jesus, mesmo que não voltassem atrás para agradecer.

Já no AT, vemos outro caso, o de Naamã (2 Reis 5:1), o qual contrastava com o relato anterior, pelo fato de ser um homem poderoso, era o capitão do exército do rei da Síria, homem valoroso, lutador e, não era discriminado como o anterior.

Todo o seu incómodo residia apenas o fato de ter lepra, e isso não o fazia feliz.

Mas o fato de ter como sua escrava uma menina levada de Israel, e um rei apostado em ter o seu capitão de sã e perfeita saúde, levou Naamã até às portas do profeta Eliseu, o qual lhe ordenou que se lavasse sete vezes no rio Jordão e isto foi encarado por Naamã como um insulto, um ultraje, pois afirmava ele, ter dois rios na sua terra melhores que toda a água de Israel e, além disso, ter de mergulhar sete vezes era esquisito, parecia-lhe absurdo, não encaixava! 

Depois de muito instado pelos seus servos, anuiu finalmente, e quando a humildade tomou conta de Naamã, mergulhou, obedeceu e Deus o curou. 

Foi um Naamã transformado, não apenas e só curado de lepra, que veio agradecer a Eliseu.

Vemos aqui dois casos de homens leprosos, o primeiro, tudo o indica, um homem simples e humilde, o segundo, um homem poderoso e arrogante, mas qualquer deles necessitando de cura, de salvação, homens tais como nós, uns mais humildes, outros mais arrogantes, mas todos leprosos e precisando de intervenção divina.

Mas é quando nos humilhamos que recebemos essa intervenção. 

A nossa vida precisa da intervenção de Jesus Cristo, o nosso Salvador e Libertador.

Sejamos humildes: (Provérbios 22:4) “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.”

Ob. Fernando Pinho

40 ANOS

Moisés é o homem dos 40 anos. Foi criado no seio dos egípcios como um deles (Atos 7:22) até aos 40 anos. Foi levado ao deserto à ...